domingo, 4 de setembro de 2011

Sou Cego Diante de Vós








Meus olhos fecham enquanto eu encaro o escuro repleto de verdades ofuscantes. 

Elas se escondem, observam-me sorrateiras, inquietas, quase em angústia muda. 
Indagam-se murmurantes o tanto de "eu" que podem construir por meio de erros. 
Por meio de meus medos. Por meio de minhas certezas inaparentes. 

Minhas pálpebras se encontram com força, mas há uma luz que as enrubesce. 
Uma luz que internaliza aquilo pelo qual eu estou cego a olhos abertos. E uma verdade tão incontestável me deixa em uma plenitude comatosa, enquanto os ruídos começam a se tornar abafados. 

Surge um entendimento maior que o próprio sentido que me fez caminhar até hoje. Ele completa tudo o que eu possuo de consciência e vai embora rápido junto ao meu sono perturbado. 

Antes de abrir meus olhos inicio a mais fatigante de minhas forças: 
Minhas pálpebras se separam para mais um dia de cegueira. 
Até novamente estar em silêncio e no escuro. 
Só, em meio a murmúrios e perplexidades.

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