segunda-feira, 14 de novembro de 2011

luta





O homem evolui ao superar suas dificuldades, seus sofrimentos. A perfeição para os seres humanos leva à inércia existencial.


O homem foi expulso do paraíso? Talvez quis ele próprio sair. Talvez por isso a completa felicidade esteja sempre tão longe, nos mais constantes sonhos e sempre intrínseca a qualquer objetivo de vida, porém nunca real e sempre esperança.


Eu admito que não aguentaria a felicidade completa; ser completamente feliz me cansaria, não haveria  a que reclamar, não haveria a que empregar o meu instinto de jamais cruzar os braços à realidade. Cessaria a evolução e o prazer da vitória perante os meus conflitos. Não, eu não suportaria a inércia, eu a receio.


Devo lutar. Tudo que realizo para o mundo surge da busca individual pela perfeição. Eu espero sempre querer ser feliz, nada além de apenas querer, pois ao lutar contra o meio eu o evoluo; eis a complexa natureza de todos nós.


Enquanto viver, enquanto houver desapontamentos, seguirei.

domingo, 13 de novembro de 2011

solidez






O olhar de súplica
faz o enternecer uma rotina frígida.


A confiança sem amparo e a busca
por nossa essência acolhedora e figurativa,
que o tempo roubou de idealizações frustradas,
eu sinto.


O olhar de súplica reflete na solidez inconsciente
do cansaço e desilusão
da ofensa que os dias trazem à esperança,
daqueles que me moldam; incapazes, fantasiosos.


Perdoem-me, olhos.
Quisera eu ter todas as possibilidades.
Perdoem-me por não fazê-los sentir a essência,
Esperava encontrá-la ao longo desses anos de luta e ingenuidade.


Só possuo mãos vazias e vontade agonizante.
Possuo a voz, mas não ofereço os melhores conselhos.
E meu olhar não consegue esconder a vergonha.
A minha essência não os ampara.




Perdoem-me, olhos.
Gostaria de poder acalentar suas súplicas,
incentivar seus sonhos, interpretar seus medos.
Mas minha essência não os ampara


Quisera eu ter todas as possibilidades
e vocês, meu mais sincero prazer.
Perdoem-me.


sábado, 5 de novembro de 2011

não fosse





Não fosse um sonho inocente e perturbado,
A inocência de um desgosto sem culpados.
Um desgosto sem vítimas ou cúmplices.

Não fosse um lembrar a cada dia,
Não fosse um simples piscar de emoções latejantes.
Sangue que flui neste tumor enraizado
no sentido mais secreto de natureza humana.

Aqui tu estás
Aqui tu jazes
Aqui jamais tu deixarás de fluir.

Não fosse o vento que me traz teu cheiro
Não fosse o silêncio que incendeia a tua alma
que persiste em mim

Estaria em paz.

Todos os caminhos terminam em ti. 
Todos os sentidos revelam-te em mim,
Sou naturalmente teu, só teu, enquanto meu sangue fluir e alimentá-lo.
Enquanto eu não possuir paz.