Fico a imaginar perguntas
Confabular questionamentos
Tento correr o tempo sem conclusões
A definição espreita
Espirituosa. Não precisa sequer palavrear.
Ela me espreita em silêncio e aguarda.
Fico a imaginar perguntas...
Não quero entender a única resposta
Não quero entender agora.
Meus olhos soterrados esperam pelas minhas mãos.
Já não consigo inspirar tão fundo.
Enegreço o meu redor.
Não preciso saber como acaba
Não me importo
Nem quero entender...
Recolho as mãos
E concluo o tempo:
Aqui não foi minha vez.
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
segunda-feira, 9 de abril de 2012
culpa
Ninguém o culpa por buscar suas satisfações, por não deixar que
seus empreendimentos ultrapassem o próprio horizonte. O coletivo é a comunhão
de necessidades egoístas e pertencentes aos mesmos valores sociais. Ninguém o
culpa.
Sei que compartilha mãos e grita a mesma luta, mas não receie seu
olhar oculto, continue a segurar a mão, incentive-a e não deixe que caminhe
muito a frente das suas ambições.
A inércia pode trazer dúvidas, eu sei... Não
há como bloquear a essência em todos os momentos, porém não se culpe; a mão
que lhe impulsiona é a mesma que não lhe deixa escapar da observação.
Entone sua voz às outras, grite, estimule a esperança e
compartilhe o silêncio dos ideais verdadeiros. Não há culpa onde todos são culpados.
segunda-feira, 19 de março de 2012
terça-feira, 6 de março de 2012
abandono
Leva-me ao aconchego de tuas
esperanças. Revela-me tuas dores, teus sacrifícios, os sonhos empreendidos em
mim. Avaliemos os caminhos, as lembranças que nos fizeram concordar, a
hostilidade de idas e retornos receosos.
Diga-me quem és tu, por que me
deste uma sabedoria infeliz, por que me escolheste para transmitir teus
maquinismos. Revela-te, grande sonhadora, pois quero enxergar a face de quem me
jogou aos ventos avessos, quem me imprimiu a proeza da luta infame.
Quero entregar a derrota em tuas
próprias mãos.
Não foi por mim que exerceste
teus anseios, não será por mim que tu materializar-te-ás. Eu a abdico e a
reverencio pela tentativa, e evito teus olhos. Parto com uma última promessa de
jamais encarar-te de frente outra vez.
Esta é tua sina; tu, que criaste a
própria perdição.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
liberto
Ofegante
Céu que ilumina a profundidade parética,
Um limiar além de sensos comuns.
Olhar sem brilho, senescente,
fictício entre agrados estabelecidos.
Não ouço.
Folhas que revoltam ao vento;
outonais, esquecidas e o frio indeciso.
O chão acolhe-me atônito,
Um vivenciar de inspirações plásticas.
Não espero.
Desabrochem, pois há outros
Vívidos e silenciosos
Alimenta-os enquanto houver esperança
Vento que traz despertar verdejante.
Outono seco em fantasia púbere
alimenta-os,
Regozija a minha fome,
Silencia
Pois eu me concluo, enfim, sem ti.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
despertar
Sinto uma pequena brisa.
Meus olhos fecham.
Ouço ao longe um vento já conhecido
a balançar pensamentos,
a reascender memórias
desgastadas, em silêncio.
Uma pequena brisa
que perturba o despertar
anseia
alimenta sorrateira
um exaurido sentimento.
Outra vez desperta a sensatez fria
de cores fracas,
tímida.
Um olhar de realidade
que destila
a vida antagônica
e me faz degustar
a profundidade de ideais vazios.
Fecho os olhos
e deixo embrenhar entre minhas várzeas
Eu.
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