Leva-me ao aconchego de tuas
esperanças. Revela-me tuas dores, teus sacrifícios, os sonhos empreendidos em
mim. Avaliemos os caminhos, as lembranças que nos fizeram concordar, a
hostilidade de idas e retornos receosos.
Diga-me quem és tu, por que me
deste uma sabedoria infeliz, por que me escolheste para transmitir teus
maquinismos. Revela-te, grande sonhadora, pois quero enxergar a face de quem me
jogou aos ventos avessos, quem me imprimiu a proeza da luta infame.
Quero entregar a derrota em tuas
próprias mãos.
Não foi por mim que exerceste
teus anseios, não será por mim que tu materializar-te-ás. Eu a abdico e a
reverencio pela tentativa, e evito teus olhos. Parto com uma última promessa de
jamais encarar-te de frente outra vez.
Esta é tua sina; tu, que criaste a
própria perdição.
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