A cada inspiração uma promessa e um novo começo... até certo ponto
um outro limite eu tento vislumbrar. Quando expiro uma decepção apaga esse
momentâneo furor, tão momentâneo que apenas um indício de prazer de se ter
perspectivas eu provo, e sinto saudade.
Sinto-me seguro em afirmar que o ser humano caminha em suas
perspectivas; mesmo que muitas não se completem, ter algo por que buscar e
empregar as determinações é um meio muito eficiente de confirmar-se nesse
mundo. Lutar por lutar basta para se sentir capaz de viver, pois a vida é uma
luta aquém de vencedores ou perdedores.
A vida quer o suor enquanto nos digladiamos iludidos, enquanto
pensamos em uma vitória inexistente. A rebeldia, a força, a determinação e o
desafio é o alimento da vida, vencer é o contentamento do homem. E quando se
perde nascem novas ascensões para se ganhar, e assim continuam as
personalidades.
Porém quando expiro eu compreendo; uma das poucas vezes... Penso
que não adianta criar as maiores perspectivas quando o prazer de vencer é
inexistente, quando já se sabe o fim. Não que eu queira vencer, já disse que
isso não existe; porém todos cegamente buscam a vitória como expressão máxima
da própria capacidade, do sucesso, e eu não conheço esse sucesso, pois tudo é muito vago.
As minhas perspectivas inspiratórias ajudam-me a entender um pouco
esses muitos outros, tantos iludidos, mas quem sou eu para julgar? Às vezes me
culpo por tentar conhecê-los ao me basear no que em mim é diferente. Sempre há
a possibilidade de eu estar profundamente enganado em relação a tudo além de eu
próprio.
Tenho medo.
Tenho medo.
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